JOÃO 17:21: UNIÃO DOS CRISTÃOS - PARTE 2

16/11/2016 03:15

A união cristã glorifica a Deus

‘Diligenciem observar a unidade do espírito.’ — EFÉ. 4:3.

 

A UNIÃO da congregação cristã na antiga Éfeso glorificava o Deus verdadeiro, Jeová. Naquele próspero centro comercial, alguns cristãos com certeza eram ricos donos de escravos, ao passo que outros eram escravos e provavelmente muito pobres. (Efé. 6:5, 9) Alguns eram judeus que aprenderam a verdade nos três meses em que o apóstolo Paulo falou na sinagoga deles. Outros haviam sido adoradores de Ártemis e praticantes de artes mágicas. (Atos 19:8, 19, 26) Obviamente, o cristianismo genuíno agrupou pessoas de muitas formações diferentes. Paulo reconheceu que Jeová era glorificado por meio da união da congregação. Ele escreveu: “A ele seja a glória por meio da congregação.” — Efé. 3:21.

 

No entanto, a abençoada união da congregação em Éfeso estava ameaçada. Paulo alertou os anciãos: “Dentre vós mesmos surgirão homens e falarão coisas deturpadas, para atrair a si os discípulos.” (Atos 20:30) Além disso, alguns irmãos ainda não haviam abandonado por completo o espírito de desunião, que, como Paulo alertara, “opera nos filhos da desobediência”. — Efé. 2:2; 4:22.

 

Ao examinarmos o capítulo 4 de Efésios, veremos por que a união exige esforço, como Jeová nos ajuda a nos unir, e que atitudes nos ajudarão a permanecer unidos. Que acha de ler o capítulo inteiro e assim se beneficiar ainda mais do estudo?

 

Uma carta que destaca a união

 

Paulo sabia que a contínua cooperação harmoniosa entre os cristãos depende de cada um fazer esforço sincero para promover a união. Deus o inspirou a escrever uma carta aos efésios na qual a união era um dos assuntos principais. Por exemplo, Paulo escreveu sobre o propósito de Deus de “ajuntar novamente todas as coisas no Cristo”. (Efé. 1:10) Ele também comparou os cristãos às diferentes pedras que compõem uma edificação. “O edifício inteiro, sendo harmoniosamente conjuntado, desenvolve-se num templo santo para Jeová.” (Efé. 2:20, 21) Além do mais, Paulo destacou a união existente entre cristãos judeus e gentios e lembrou os irmãos de sua origem em comum. Ele se referiu a Jeová como “Pai, a quem toda família no céu e na terra deve o seu nome”. — Efé. 3:5, 6, 14, 15.

 

Ao examinarmos o capítulo 4 de Efésios, veremos por que a união exige esforço, como Jeová nos ajuda a nos unir, e que atitudes nos ajudarão a permanecer unidos. Que acha de ler o capítulo inteiro e assim se beneficiar ainda mais do estudo?

 

Por que a união exige esforço sério

 

Paulo exortou seus irmãos efésios a ‘diligenciar observar a unidade do espírito’. (Efé. 4:3) Para entender a necessidade de esforço nesse sentido, considere o caso dos anjos de Deus. Não existem duas coisas vivas na Terra que sejam absolutamente iguais, de modo que é razoável concluir que Jeová abençoou cada um de seus milhões de anjos com características ímpares. (Dan. 7:10) No entanto, eles podem servir a Jeová em união porque todos o obedecem e fazem a Sua vontade. (Leia Salmo 103:20, 21.) Os anjos fiéis têm diversos atributos, já os cristãos, além de certos atributos, têm vários defeitos. Isso pode aumentar o desafio de manter a união.

 

Pessoas imperfeitas que tentam cooperar entre si podem facilmente encontrar dificuldades. Por exemplo, que dizer se um irmão brando, mas que muitas vezes chega atrasado, serve a Jeová com um irmão pontual, mas que se irrita com facilidade? Cada qual acha que a conduta do outro deixa a desejar, mas talvez se esqueça de que aspectos de sua própria conduta também são inadequados. Como dois irmãos assim podem servir juntos em harmonia? Note como as atitudes que Paulo recomendou nas suas palavras a seguir os ajudariam. Daí reflita sobre como podemos promover a união por cultivar essas atitudes. Paulo escreveu: “Suplico-vos que andeis dignamente . . . com completa humildade mental e brandura, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, diligenciando observar a unidade do espírito no vínculo unificador da paz.” — Efé. 4:1-3.

 

É vital aprender a servir a Deus em união com outras pessoas imperfeitas, pois existe um só corpo de adoradores verdadeiros. “Há um só corpo e um só espírito, assim como também fostes chamados em uma só esperança a que fostes chamados; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos.” (Efé. 4:4-6) O espírito e as bênçãos de Jeová estão ligados à única associação de irmãos que ele usa. Mesmo que alguém na congregação nos aborreça, a que outro lugar poderíamos ir? Em nenhuma outra parte ouviríamos declarações de vida eterna. — João 6:68.

 

“Dádivas em homens” promovem a união

 

Paulo usou um costume dos soldados da antiguidade para ilustrar como Jesus tem provido “dádivas em homens” para ajudar a unir a congregação. Um soldado vitorioso talvez trouxesse para casa um prisioneiro estrangeiro como escravo para ajudar a esposa nas tarefas domésticas. (Sal. 68:1, 12, 18) De modo similar, a vitória de Jesus sobre o mundo lhe rendeu muitos escravos voluntários. (Leia Efésios 4:7, 8.) Como ele usou esses prisioneiros, por assim dizer? “Ele deu alguns como apóstolos, alguns como profetas, alguns como evangelizadores, alguns como pastores e instrutores, visando o reajustamento dos santos para a obra ministerial, para a edificação do corpo do Cristo, até que todos alcancemos a unidade na fé.” — Efé. 4:11-13.

 

Como pastores amorosos, essas “dádivas em homens” ajudam a manter nossa união. Por exemplo, se um ancião de congregação observa dois irmãos ‘atiçarem competição entre si’, ele pode contribuir muito para a união da congregação por dar conselhos em particular, visando ‘reajustá-los num espírito de brandura’. (Gál. 5:26–6:1) Como instrutores, essas “dádivas em homens” nos ajudam a edificar uma fé firme com base nos ensinos bíblicos. Assim eles promovem a união e nos ajudam a avançar à madureza cristã. Paulo escreveu que isso se dá “a fim de que não sejamos mais pequeninos, jogados como que por ondas e levados para cá e para lá por todo vento de ensino, pela velhacaria de homens, pela astúcia em maquinar o erro”. (Efé. 4:13, 14) Todo cristão deve contribuir para a união da fraternidade, assim como cada membro do nosso corpo colabora com os outros membros por ajudar a suprir o necessário. — Leia Efésios 4:15, 16.

 

Cultive novas atitudes

 

Você notou que o capítulo 4 da carta de Paulo aos efésios mostra que praticar o amor é a chave para alcançar a união como cristãos maduros? Ele mostra também o que está envolvido no amor. Uma das coisas é que seguir o caminho do amor não admite a fornicação e a conduta desenfreada. Paulo exortou seus irmãos a não ‘andar assim como as nações andam’. Essas pessoas estavam “além de todo o senso moral” e ‘entregavam-se à conduta desenfreada’. (Efé. 4:17-19) O mundo imoral em que vivemos ameaça a nossa união. A fornicação está presente nas piadas, nas canções e na diversão, e as pessoas a praticam secreta ou abertamente. No entanto, mesmo flertar, que pode indicar que você sente atração física por alguém com quem não tem intenção de se casar, pode afastá-lo de Jeová e da congregação. Por quê? Porque facilmente resulta em fornicação. Também, o flerte que leva uma pessoa casada a cometer adultério pode cruelmente separar os filhos de seus pais e o parceiro inocente de seu cônjuge. Sem dúvida uma divisão! Não é de admirar que Paulo escrevesse: “Vós não aprendestes que o Cristo seja assim.” — Efé. 4:20, 21.

 

Paulo frisou que devemos eliminar raciocínios que causam divisão e, em vez disso, cultivar atitudes que nos possibilitem conviver harmoniosamente com outros. Ele disse: “Deveis pôr de lado a velha personalidade que se conforma ao vosso procedimento anterior e que está sendo corrompida segundo os . . . desejos enganosos [da velha personalidade]; . . . deveis ser feitos novos na força que ativa a vossa mente, e que vos deveis revestir da nova personalidade, que foi criada segundo a vontade de Deus, em verdadeira justiça e lealdade.” (Efé. 4:22-24) Como podemos ‘ser feitos novos na força que ativa a nossa mente’? Se meditarmos com apreço sobre o que aprendemos da Palavra de Deus e do bom exemplo de cristãos maduros, poderemos pelo nosso esforço adquirir a nova personalidade “criada segundo a vontade de Deus”.

 

Cultive um novo modo de falar

 

Falar a verdade é vital para os que se pertencem uns aos outros numa família ou numa congregação. Falar com franqueza, sinceridade e bondade pode unir as pessoas. (João 15:15) Mas que dizer se uma pessoa mente para seu irmão? Quando o irmão descobre isso, o vínculo de união entre eles se enfraquece. Pode-se entender por que Paulo escreveu: “Falai a verdade, cada um de vós com o seu próximo, porque somos membros que se pertencem uns aos outros.” (Efé. 4:25) Quem está acostumado a mentir, talvez desde criança, pode achar difícil falar a verdade. Mas Jeová apreciará seu esforço e o ajudará.

 

Jeová nos ensina a promover o respeito e a união tanto na congregação como na família por estabelecer limites bem definidos quanto ao nosso modo de falar. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra pervertida . . . Sejam tirados dentre vós toda a amargura maldosa, e ira, e furor, e brado, e linguagem ultrajante, junto com toda a maldade.” (Efé. 4:29, 31) Uma das maneiras de evitar a linguagem ofensiva é cultivar uma atitude mais respeitosa para com outros. Por exemplo, um homem que fala de modo abusivo com a esposa deve se esforçar em mudar de atitude, em especial depois de aprender que Jeová honra as mulheres. Deus até mesmo unge algumas delas com espírito santo, dando-lhes a perspectiva de reinar com Cristo. (Gál. 3:28; 1 Ped. 3:7) De modo similar, espera-se que a mulher que costuma gritar com o marido mude de proceder depois que aprende como Jesus se controlava quando era provocado. — 1 Ped. 2:21-23.

 

A linguagem abusiva tem muito a ver com deixar de controlar a ira. Isso também pode desunir pessoas que se pertencem umas às outras. A ira é como um fogo. Facilmente foge ao controle, causando tragédias. (Pro. 29:22) Quem tem bons motivos para expressar seu desagrado tem de controlar bem a sua ira para não prejudicar relações valiosas. Os cristãos devem se esforçar em perdoar, sem guardar ressentimento nem ficar falando sobre o assunto. (Sal. 37:8; 103:8, 9; Pro. 17:9) Paulo aconselhou os efésios: “Ficai furiosos, mas não pequeis; não se ponha o sol enquanto estais encolerizados, nem deis margem ao Diabo.” (Efé. 4:26, 27) Não controlar a ira daria ao Diabo uma oportunidade de semear a desunião e até mesmo o conflito na congregação.

 

 

Respeitar a propriedade de outros contribui para a união na congregação. Lemos: “O gatuno não furte mais.” (Efé. 4:28) Há um senso geral de confiança entre o povo de Jeová. O cristão que abusa dessa confiança, pegando o que não lhe pertence, prejudica essa união feliz.

 

O amor a Deus nos une

 

A união da congregação cristã resulta de todos serem motivados — pelo amor a Deus — a tratar outros com amor. O apreço pela bondade de Jeová nos leva a nos esforçar arduamente em aplicar este conselho: “[Falai a palavra] que for boa para a edificação, conforme a necessidade, para que confira aos ouvintes aquilo que é favorável. . . . Tornai-vos benignos uns para com os outros, ternamente compassivos, perdoando-vos liberalmente uns aos outros, assim como também Deus vos perdoou liberalmente por Cristo.” (Efé. 4:29, 32) Na sua bondade, Jeová perdoa pessoas imperfeitas como nós. Não devemos nós também perdoar outros quando manifestam suas imperfeições?

 

A união do povo de Deus glorifica a Jeová. O seu espírito nos move de diferentes maneiras a promover a união. Certamente não desejamos resistir a essa direção do espírito. Paulo escreveu: “Não contristeis o espírito santo de Deus.” (Efé. 4:30) A união é um tesouro que convém proteger. Ela dá alegria a todos os que a usufruem e glória a Jeová. “Portanto, tornai-vos imitadores de Deus, como filhos amados, e prossegui andando em amor.” — Efé. 5:1, 2.

 

 

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  • A união cristã glorifica a Deus
  • A Sentinela (2010)