JOÃO 17:21: UNIÃO DOS CRISTÃOS - PARTE 1

16/11/2016 03:08

A união identifica a adoração verdadeira

 

“Pô-los-ei em união, como o rebanho no redil.” — MIQ. 2:12.

 

Que prova da sabedoria de Deus se vê na criação?

CERTO salmista exclamou: “Quantos são os teus trabalhos, ó Jeová! A todos eles fizeste em sabedoria. A terra está cheia das tuas produções.” (Sal. 104:24) A sabedoria de Deus é evidente na interdependência dos milhões de variedades de plantas, insetos, animais e bactérias na espantosamente complexa rede biológica da Terra. Também, no seu corpo, milhares de diferentes mecanismos — de grandes órgãos a minúsculas máquinas moleculares nas células — todos funcionam juntos para fazer de você uma pessoa completa e saudável.

 

Ao criar a humanidade, Jeová queria que ela fosse interdependente. A raça humana exibe uma ampla variedade de aparências, personalidades e habilidades. Além disso, ele dotou os primeiros humanos de qualidades divinas que os habilitariam a cooperar uns com os outros e a ser interdependentes. (Gên. 1:27; 2:18) No entanto, o mundo da humanidade em geral está agora afastado de Deus e nunca, como um todo, foi capaz de conviver em união. (1 João 5:19) Por conseguinte, considerando que a congregação cristã do primeiro século se compunha de pessoas de formações tão diversas como escravos efésios, mulheres gregas de destaque, judeus bem instruídos e ex-adoradores de ídolos, a sua união com certeza parecia um milagre. — Atos 13:1; 17:4; 1 Tes. 1:9; 1 Tim. 6:1.

 

A adoração verdadeira habilita as pessoas a cooperar de modo tão harmonioso como os membros do nosso próprio corpo. (Leia 1 Coríntios 12:12, 13.) Algumas perguntas que consideraremos neste artigo são: Como a adoração verdadeira une as pessoas? Por que Jeová é o único que pode unir milhões de pessoas de todas as nações? Que obstáculos à união Jeová nos ajuda a vencer? E, com respeito à união, como o cristianismo verdadeiro difere da cristandade?

 

Como a adoração verdadeira une as pessoas?

 

Os praticantes da adoração verdadeira reconhecem que, por ter criado todas as coisas, Jeová é o legítimo Soberano do Universo. (Rev. 4:11) Assim, embora os cristãos genuínos vivam em muitas sociedades e sob diferentes circunstâncias, todos eles obedecem às mesmas leis de Deus e seguem os mesmos princípios bíblicos. Todos os adoradores verdadeiros se dirigem apropriadamente a Jeová como “Pai”. (Isa. 64:8; Mat. 6:9) Portanto, são todos irmãos espirituais e usufruem a bela união descrita pelo salmista: “Eis que quão bom e quão agradável é irmãos morarem juntos em união!” — Sal. 133:1.

 

Embora sejam imperfeitos, os cristãos verdadeiros adoram juntos em união porque aprenderam a amar uns aos outros. Jeová os ensina a amar de uma maneira que só ele é capaz. (Leia 1 João 4:7, 8.) A sua Palavra diz: “Revesti-vos das ternas afeições de compaixão, benignidade, humildade mental, brandura e longanimidade. Continuai a suportar-vos uns aos outros e a perdoar-vos uns aos outros liberalmente, se alguém tiver razão para queixa contra outro. Assim como Jeová vos perdoou liberalmente, vós também o fazei. Além de todas estas coisas, porém, revesti-vos de amor, pois é o perfeito vínculo de união.” (Col. 3:12-14) Esse vínculo perfeito de união — o amor — é a qualidade que mais identifica os cristãos verdadeiros. Você não tem visto, por experiência própria, que essa união é um aspecto distintivo da adoração verdadeira? — João 13:35.

 

A união dos adoradores verdadeiros também se deve ao fato de que consideram o Reino de Deus a única esperança para a humanidade. Eles sabem que esse Reino em breve substituirá os governos humanos e abençoará a humanidade obediente com paz genuína e sem fim. (Isa. 11:4-9; Dan. 2:44) De modo que os cristãos acatam o que Jesus disse sobre seus seguidores: “Não fazem parte do mundo, assim como eu não faço parte do mundo.” (João 17:16) Os cristãos verdadeiros permanecem neutros nos conflitos do mundo. Assim sendo, mesmo quando pessoas ao seu redor estão em guerra, eles continuam unidos.

 

A única fonte de instrução espiritual

 

Os cristãos do primeiro século eram unidos porque recebiam encorajamento da mesma fonte. Reconheciam que Jesus ensinava e dirigia a congregação por meio de um corpo governante, composto dos apóstolos e anciãos em Jerusalém. Esses homens devotados baseavam suas decisões na Palavra de Deus e enviavam superintendentes viajantes para transmitir suas instruções às congregações em muitos países. A Bíblia diz a respeito de alguns desses superintendentes: “Enquanto viajavam através das cidades, entregavam aos que estavam ali, para a sua observância, os decretos decididos pelos apóstolos e anciãos, que estavam em Jerusalém.” — Atos 15:6, 19-22; 16:4.

 

Também hoje, um Corpo Governante composto de cristãos ungidos por espírito contribui para a união da congregação mundial. O Corpo Governante produz publicações espiritualmente animadoras em muitas línguas. Esse alimento espiritual baseia-se na Palavra de Deus. Portanto, o ensino não é de homens, mas de Jeová. — Isa. 54:13.

 

Os superintendentes cristãos também promovem a união por tomarem a dianteira na pregação. O espírito de companheirismo que une os que trabalham juntos no serviço de Deus é muito mais forte que o espírito que une pessoas do mundo que apenas se socializam. A congregação cristã não foi fundada para funcionar como clube social, mas para honrar a Jeová e realizar uma obra: pregar as boas novas, fazer discípulos e edificar a congregação. (Rom. 1:11, 12; 1 Tes. 5:11; Heb. 10:24, 25) Assim, o apóstolo Paulo podia dizer a respeito dos cristãos: “[Vós] vos mantendes firmes em um só espírito, com uma só alma esforçando-vos lado a lado pela fé das boas novas.” — Fil. 1:27.

 

Concordemente, como povo de Jeová, somos unidos porque aceitamos a soberania de Jeová, amamos nossos irmãos, temos como esperança o Reino de Deus e respeitamos aqueles que Deus usa para tomar a dianteira entre nós. Jeová nos ajuda a superar certas atitudes, resultantes de nossa imperfeição, que poderiam ameaçar nossa união. — Rom. 12:2.

 

Como superar o orgulho e o ciúme

 

O orgulho divide as pessoas. O orgulhoso gosta de se achar superior e, em geral, sente prazer egoísta em se jactar. Mas isso não raro obstrui a união; os que ouvem a jactância talvez sintam ciúme. O discípulo Tiago diz francamente: “Todo esse orgulho é iníquo.” (Tia. 4:16) É desamoroso tratar os outros como inferiores. Algo extraordinário é que Jeová — por lidar com pessoas imperfeitas como nós — é um exemplo de humildade. Davi escreveu a respeito de Deus: “É a tua humildade que me engrandece.” (2 Sam. 22:36) A Palavra de Deus nos ajuda a vencer o orgulho por nos ensinar a ter um modo de pensar correto. Paulo foi inspirado a perguntar: “Quem te faz diferir de outro? Deveras, o que tens que não tenhas recebido? Se, agora, deveras o tens recebido, por que te jactas como se não o tivesses recebido?” — 1 Cor. 4:7.

 

O ciúme é outro obstáculo comum à união. Por causa da imperfeição herdada, todos nós temos “a tendência de invejar”, e até mesmo cristãos veteranos podem ocasionalmente sentir ciúme das circunstâncias, dos bens, dos privilégios ou das habilidades de outros. (Tia. 4:5) Por exemplo, um irmão que tem esposa e filhos talvez sinta ciúme dos privilégios de um ministro de tempo integral, sem se dar conta de que esse mesmo ministro talvez sinta certo ciúme dele como chefe de família que tem filhos. Como podemos evitar que esse tipo de ciúme perturbe a nossa união?

 

Como ajuda para evitar o ciúme, tenha em mente que a Bíblia compara os membros ungidos da congregação cristã a partes do corpo humano. (Leia 1 Coríntios 12:14-18.) Embora o coração não seja visível como o olho, por exemplo, não são ambos valiosos para você? Do mesmo modo, Jeová valoriza todos os membros da congregação, ainda que alguns, por certo tempo, possam ter mais destaque do que outros. Portanto, tenhamos o conceito de Jeová sobre nossos irmãos. Em vez de invejá-los, mostremos preocupação e interesse pessoal por eles. Agirmos assim contribui para marcar a diferença entre os cristãos verdadeiros e os das religiões da cristandade.

 

A cristandade — marcada pela divisão

 

A união dos cristãos genuínos se contrasta com as discórdias entre as religiões da cristandade. No quarto século, o cristianismo apóstata já estava tão disseminado que um imperador romano pagão assumiu o seu controle, contribuindo para o desenvolvimento da cristandade. Daí, em sucessivos cismas, muitos reinos se apartaram de Roma e formaram sua própria religião estatal.

 

Muitos desses reinos guerrearam entre si por séculos. Nos séculos 17 e 18, pessoas na Grã-Bretanha, na França e nos Estados Unidos promoveram a devoção aos seus respectivos Estados, de modo que o nacionalismo se tornou como que uma religião. Nos séculos 19 e 20, o nacionalismo passou a dominar a mentalidade da maioria da humanidade. Por fim, as religiões da cristandade se dividiram em numerosas seitas, a maioria das quais tolera o nacionalismo. Os frequentadores de igreja até mesmo têm ido à guerra contra seus concrentes de outras nações. Hoje, a cristandade está dividida tanto por crenças sectárias como pelo nacionalismo.

 

No século 20, algumas das centenas de seitas da cristandade iniciaram o movimento ecumênico na busca de união. Mas depois de muitas décadas de esforços, poucas religiões se uniram numa só, e os religiosos ainda estão divididos em assuntos como evolução, aborto, homossexualidade e ordenação de mulheres. Em certas partes da cristandade, líderes religiosos tentam juntar pessoas de diferentes seitas por minimizar a importância de doutrinas que antes causavam divisão. No entanto, minimizar a importância de doutrinas enfraquece a fé das pessoas e certamente não une a casa dividida da cristandade.

 

Triunfo sobre o nacionalismo

 

Embora a humanidade nunca antes estivesse tão terrivelmente desunida como agora, a união ainda distingue os adoradores verdadeiros. O profeta Miqueias predisse: “Pô-los-ei em união, como o rebanho no redil.” (Miq. 2:12) Miqueias predisse o enaltecimento da adoração verdadeira acima de todas as outras formas de adoração, fossem elas de deuses falsos ou do Estado como deus. Ele escreveu: “Na parte final dos dias terá de acontecer que o monte da casa de Jeová ficará firmemente estabelecido acima do cume dos montes e certamente se elevará acima dos morros; e a ele terão de afluir os povos. Porque todos os povos, da sua parte, andarão cada um no nome de seu deus; mas nós, da nossa parte, andaremos no nome de Jeová, nosso Deus.” — Miq. 4:1, 5.

 

Miqueias falou também sobre como a adoração verdadeira uniria anteriores inimigos. “[Pessoas de] muitas nações certamente irão e dirão: ‘Vinde, e subamos ao monte de Jeová e à casa do Deus de Jacó; e ele nos instruirá sobre os seus caminhos e nós andaremos nas suas veredas.’ . . . E terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras. Não levantarão espada, nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra.” (Miq. 4:2, 3) Aqueles que abandonam a adoração de deuses feitos pelo homem ou a adoração de nações e passam a adorar a Jeová desfrutam de uma união global. Deus os instrui nos caminhos do amor.

 

A união global dos cristãos verdadeiros hoje é sem igual e uma evidência clara de que Jeová continua a orientar seu povo por meio de seu espírito. Pessoas de todas as nações estão sendo unidas numa escala sem precedentes na história humana. Trata-se de um notável cumprimento do que está implícito em Revelação 7:9, 14, e indica que os anjos de Deus em breve soltarão os “ventos” que destruirão o atual sistema mundial perverso. (Leia Revelação 7:1-4, 9, 10, 14.) Não é um privilégio estar unido na fraternidade mundial? Como cada um de nós pode contribuir para essa união? Veremos isso no próximo artigo.


 

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  • A união identifica a adoração verdadeira
  • A Sentinela (2010) https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/2010683